domingo, 19 de junho de 2011

A ponte que foi sobre o Giraúl

A última época das chuvas foi de extrema dureza, por estas bandas. Mesmo antes de aqui chegar soube das notícias dos prejuízos causados e das vítimas humanas que provocou.
A Serra da Leba esteve cortada, pelo deslizamento de terras pela montanha abaixo, tendo chegado a cobrir, pelo menos, uma aldeia que estava no seu sopé.
Entre outros danos, a ponte do Giraúl de Cima foi levada pela enxurrada, o que obrigou a contornar a estrada por uma picada bastante desconfortável e que aumentava significativamente a distância, na viagem do Lubango para o Namibe.
Entretanto, e com o avançar da época seca, o rio Giraúl foi diminuindo o caudal e já permite, há uns tempos, que seja atravessado.
Numa das últimas viagens deu para registar o que ficou da ponte, em pleno oásis do Deserto do Namibe. É claro que, a falta da mesma, criou condições para o "business", uma gasosa para os guardiões da travessia, devidamente delimitada!...





Palácio do Governo no Namibe

Há tempos, fui em serviço ao Namibe para avaliar algumas soluções de reabilitação dos revestimentos, do Palácio do Governo Provincial do Namibe. Não quero deixar passar a oportunidade de vos mostrar algo excepcional, construído na época colonial, apesar de todas as patologias que o tempo e as humidades ascencionais foram criando. É um edifício muito bonito, de traça neoclássica que, sem mais comentários, poderia confundir-se com qualquer outro com que estamos habituados a conviver, em Portugal. Está actualmente em fase de reabilitação e restauro.





Os interiores ao estilo romântico, com as carpintarias e os tacos a não esconderem de que mão surgiram: portuguesas.






Agora, vão saber porque gosto tanto de trabalhar no Namibe... não há almoços tão perfeitos quanto os de lá!


Ah! quase perfeitos. Agora sim, está melhor!


Lubango

Há pouco por onde nos perdermos, no Lubango. Quem cá vem, vindo de outros pontos de Angola, não deixa de notar como os kimbos estão dentro da cidade e, como apenas deixaram incólume um pequeno núcleo central.
Deixo-vos algumas imagens do mundo que me rodeia...


 Esplanada do Parque da Sra do Monte


 A caminho do Condomínio, atrás da vedação da direita

 Esquadrias perfeitas...

 Qualquer deles ficava a matar na minha pickup...


 Canto do Café, no piso 1 do C. Comercial Millennium

Idem

terça-feira, 7 de junho de 2011

Recomeçaram as aulas

Recomeçaram, ontem, as aulas nas escolas de Angola. Não quero deixar de aproveitar a oportunidade para colocar, neste post, uma fotografia da escola que está mesmo à saída do nosso condomínio.


Cada aluno leva a sua cadeirinha e a secretária são as pernas. Sempre que vejo esta imagem, vêm-me à memória aquelas reportagens sobre portões das escolas fechadas a cadeado, por a cantina não estar a funcionar ou porque não querem que os meninos andem de taxi até à escola. Coisas como essas...

domingo, 29 de maio de 2011

Preguiça (25 dias de preguiça)...

Foi mesmo isso: preguiça... mas, toda a gente deu conta!
Fica preparada a crónica da aventura de hoje, nos limite do Parque Nacional do Bicuar, para um próximo post.
Por isso,vou aproveitar para colocar, por agora, as fotos de um fim de tarde na Leba, num deste últimos fins-de-semana.
Estão a ver a antena que está no canto superior esquerdo?




Pois, foi aí. No miradouro da Serra da Leba, de onde se tira a foto mais célebre dos Caracóis, a beber uma N'gola e a comer ginguba enquanto o sol se punha para os lados do Namibe. Deixo-vos as fotos.


 








quarta-feira, 4 de maio de 2011

Fenda da Tundavala

Lembram-se? tinha-vos prometido, no post da viagem à Bibala, que vos mostrava imagens tiradas no cimo da Serra da Leba, junto à fenda da Tundavala. Pois, aqui estão elas (agradeçam ao Carlos, por elas). Já agora, fazendo fé no Google Earth, estamos a falar de uma diferença de altitudes de 1300 metros...

A povoação de vêem ao fundo é Bibala 







Primeiro objectivo não concretizado

No passado fim-de-semana resolvemos partir à nossa maneira: sem preparação e com uma ligeira ideia para onde pretendíamos ir...
O objectivo era mesmo chegar até à cascata de Hungueira. Sem farnel e sem uma clara noção de onde essa coisa se situava, lá fomos.E, fomos até onde o nosso estômago nos deixou andar. Chegada a hora dos alarmes gástricos não tivemos outra opção que recorrer ao que estava mais à mão.
Para começar e para enganar a fome nada como cana-de-açúcar. Para isso, nada como estar atento aos miúdos que vamos vendo na estrada, que estão sempre disponíveis para partilhar parte da que têm. Agradecidos, deixamos sempre algo em troca. Há tempos foram uns chocolates, desta vez 50 kuanzas.


Seguidamente, a visita a uma praça em busca de fruta. Foi a sensação da manhã, no mercado perdido nos confins do Município de Chibia: quatro "pulas" entrando pelo aglomerado de barracos, feitos de caules e ramos de arbustos. Após umas fotos artísticas e da compra de dois montes de goiabas (únicas frutas disponíveis) por 20 Kuanzas (0,14 €), toca a seguir viagem.



Por momentos, senti-me na pele de um qualquer enviado da National Geographic Society...

Primeira paragem, barragem das Gandejelas. Mais uma obra portuguesa, nos confins das terras africanas. E, foram as barragens em África que ajudaram na criação da boa imagem internacional que, ainda hoje, o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) detém ao nível da arte.





Pelo meio, não se perde a oportunidade de registar as paisagens únicas que vamos encontrando.







Foi uma picada particularmente difícil. A pior que até agora nos foi possível experimentar. Até ao ponto de tomarmos a decisão de abortar a viagem e regressar à base antes do pôr-do-sol. Até porque, desta feita, seguimos num único carro, totalmente desaconselhável nestas aventuras. Ficámos a saber depois que tínhamos ficado a menos de 1 km da cascata de Hungeira. Pena, vamos ter de lá voltar outra vez. Desta feita mais bem preparados.





No meio disto, o costume: casas de colonos, de certo colocadas de helicóptero nos locais mais recônditos e (maravilha) uma escola, ainda com as quinas lusitanas e o mastro onde em tempos esvoaçou a bandeira portuguesa.


Como acabou a viagem?
Em Chibia, a dar cabo de uns pregos, duns pica-paus e dumas N'golas, que a fome era muita!.. e a mirar coisas diferentes das que tínhamos visto na picada. :P